Rajghat, em memória de Gandhi
Logo no primeiro dia, a primeira visita a Delhi fomos ao Rajghat, o mausoléo erguido em memorial ao Mahatma Gandhi.
Um espaço imenso em parque bem arborizado e muito bem cuidado, onde, ao centro está o local no qual Gandhi foi cremado.
"A alma definha sem a companhia de Deus"
Gandhi tinha iniciado um jejum no dia 13 de janeiro de 1948 em protesto contra as violências cometidas por indianos e paquistaneses. No dia 20 daquele mês, sofreu um atentado: uma bomba foi lançada na sua direção, mas ninguém ficou ferido.
Entretanto, no dia 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado a tiros, em Nova Déli, por Nathuram Godse, um hindu radical que responsabilizava Gandhi pelo enfraquecimento do novo governo ao insistir no pagamento de certas dívidas ao Paquistão. Godse foi, depois, julgado, condenado e enforcado, a despeito do último pedido de Gandhi, que foi, justamente, a não punição do seu assassino.
(fonte: Wikipedia)
Notei em algumas conversas que tive, especialmente com nossos guias, que há uma divisão de opiniões sobre Gandhi por parte dos hindus atuais, especialmente os jovens mais politizados. Embora a maioria o venere como Pai da Nação, Bapu, muitos o culpam pela divisão da Índia com perda de território para o Paquistão.
Como sabemos a Índia era dominada pelos ingleses. Perdera milhares de homens na primeira guerra e outros tantos na segunda guerra (mais de 50.000), fome, doenças. Gandhi conseguiu expulsar os ingleses e unir a nação em torno desse movimento sem disparar um único tiro, aplicando seus ideais de não violência e da resistência pacífica. Sempre foi contra a divisão da índia entre hindus e muçulmanos, contra o sistema de castas, contra a discriminação das mulheres.
Ele previu o banho de sangue que seria um conflito civil na Índia já traumatizada com tantas guerras. Seu último jejum foi justamente por isso. Os líderes indianos queriam a separação dos muçulmanos e vice e versa por uma questão de poder, serem primeiros ministros. Gandhi era contra.
Foi assassinado justamente por isso, por ter evitado um derramamento de sangue brutal se insistissem em separar-se à força. Foi um dos maiores êxodos da história da Índia.
Estar presente nesse local memorial e fazer uma oração pela paz foi um dos momentos emocionantes da minha vida.
Gandhi vive.
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