O mais estranho que encontrei na Índia
Torre do Silêncio
Os judeus, os cristãos e os muçulmanos enterram seus mortos. Os hindus os cremam. O zoroastrianos colocam seus mortos despidos numa torre (Torre do Silêncio) ou numa colina para que os abutres os devorem.
Conheci a última dessas torres em atividade no mundo, a de Mumbai.
Vejam que ela se situa num parque bem cuidado e bonito onde famílias vão passear. Segundo nosso guia, os corpos são depositados no alto da torre (última foto) e lá passam em torno de dois anos, onde os abutres e corvos vão se alimentar. Os ossos calcinados pelo sol que restarem são colocados numa vala de cal ( a rigor não podem ter contato com a terra, antigamente eram jogados nos rios para que o levassem para o mar).
Uma torre do silêncio (em farsi دخمه, dokhmeh ou dakhmah) é uma construção em forma de torre que possui usos e simbologias funerárias para os adeptos do zoroastrismo.
Nessa religião, considera-se os cadáveres impuros, e para não violar a sacramentalidade da terra, recusam-se a enterrar ou cremar um corpo. Em vez disso, depositam o defunto no alto duma construção nas montanhas, onde os abutres vêm e devoram sua carne, após o que são exumados os ossos, e depois disso jogados num curso d'água para seguir direto em direção ao mar, não tocando assim o solo. Porém, esse costume está a extinguir-se. No Irão, a pátria original do zoroastrismo, a derradeira Torre do Silêncio, a de Yazd, foi fechada recentemente, por falta de equipamento humano para mantê-la. Agora, se um zoroastriano morre sem antes deixar registrado oficialmente o desejo de ter seu corpo enviado para que cuidem dele na Índia, e a família não pague as despesas, não haverá para ele um funeral que esteja em conformidade com a sua fé.
A última Torre do Silêncio ainda em actividade, é a de Mumbai, mas mesmo na Índia as comunidades zoroástricas têm encontrado dificuldades para seguir com seu ritual funerário tradicional, que é dispendioso e dificultado pela desaparição cada vez mais acelerada dos abutres. Teme-se que a Torre do Silêncio um dia suma da face da terra, e com ela a religião zoroastriana. Nos dias de hoje, a maioria dos zoroastrianos, sejam eles parsis (como são conhecidos na Índia) ou membros de comunidades zoroástricas do Irão, Paquistão, dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e outros países, são cremados após morrer e suas cinzas jogadas ao mar.
(Google)
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