Sindicalismo Médico de resultado
A história do sindicalismo no nosso país é cheia de altos e baixos, contradições, momentos de glória e decadência. Agonia e êxtase como no filme sobre Michelângelo Buonarroti e o papa Júlio II durante a pintura da belíssima Capela Sistina e a relação tensa do artista com seu empregador.
O sindicalismo brasileiro gerou lideranças, moveu utopias, gerou mequetrefes, desgraças, engodos, tornou-se escada e trampolim para muitos aspirantes a político, foi alvo de perseguições e perseguiu também.
Cada sindicato deve ter o rosto da categoria laboral que representa e deve transparecer seus valores mais preciosos.
O sindicalismo médico no nosso país tem um exemplo digno de um bom trabalho, fiel às aspirações desses profissionais, no Sindicato dos Médicos de Pernambuco, SIMEPE, que completou 80 anos bem vividos.
Creio que uma das causas da longevidade e da boa aceitação por parte dos seus representados, seja a sua linha de atuação ao longo dos anos, voltada para atender aos anseios e demandas dos médicos e das médicas, sem interveniência política partidária e mantendo no seu corpo diretor uma rica pluralidade de pensamento, muito salutar do ponto de vista democrático, evitando sectarismos tão nocivos à vida civil, como todos nós sabemos.
O resultado concreto de todo esse trabalho pode ser aferido nos ganhos reais da classe, no fato de não haver um único médico ou médica desempregada no estado de Pernambuco, no fato também de que todos os que são servidores estaduais estão enquadrados do plano de cargos e salários. A luta ainda é grande. A extensão desses benefícios para os médicos das diversas redes municipais é uma constante e já se contempla várias vitórias.
A vida é dialética, sindicalismo é vida, é tensão. Tensão salutar, pois é da tensão que se muda uma realidade. Grandes temas da macro política nacional de saúde ensejam posicionamentos corajosos que colocam nossos colegas na vanguarda (na mais cara tradição pernambucana, sempre altivos e independentes, na luta) do país. A luta boa, o bom combate que Paulo se referia, dentro do respeito aos princípios da democracia e da civilidade.
Devemos estar vigilantes para que esses princípios permaneçam sempre no nosso sindicato, um sindicato que apresenta resultado para a classe que representa.
Teremos nova eleição, agora em meados de março, para a diretoria do Simepe. A chapa que tem o apoio de todas as entidades médicas e é um consenso nesse caminho de ação é a que é liderada pelo colega ortopedista Mário Jorge Lobo. Tem meu apoio.
Assuero Gomes
Médico e escritor
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