O fim dos tempos
Terremotos, vulcões, maremotos, a
Terra geme como em dores de parto. Guerras, extermínios, fome, peste, heresias,
apostasias, destruição, sinais no cosmos, infanticídio, pedofilia, corrupção,
roubo, assassinatos, tsunamis, drogas, a Terra emite sinais de exaustão e
revolta.
Muitos se perguntam se o fim do
mundo está às nossas portas.
Na teologia há um ramo de estudo
que chamamos de escatologia, e que trata exatamente do final dos tempos. Os
acontecimentos que ora presenciamos e nos angustiamos, na verdade sempre
existiram, talvez em menor grau, mas como vivemos num mundo midiático de
comunicação global em tempo real, tais eventos se apresentam mais terríveis
ainda.
Na escatologia cristã alguns
sinais são importantes. Através da leitura dos textos bíblicos, iluminados pela
experiência pascal (encontro com o Ressuscitado) podemos concluir algumas
coisas. Fica evidente que Jesus anunciou estes sinais cósmicos como
premonitórios da escatologia, seguindo a linha profética e apocalíptica do seu povo
judeu. Muito provavelmente tomou conhecimento e quiçá presenciou a destruição
de Séforis, capital administrativa e centro cultural da Galileia, quando tinha
em torno de 9 anos de idade (ficava a 7 km de Nazaré), que ficou marcada no seu
inconsciente (a cidade foi destruída pelos romanos após um levante contra sua
dominação). A pregação de Jesus, escrita somente após décadas de sua
ressurreição, pelos evangelistas, teve influência da brutal destruição de
Jerusalém pelos mesmos romanos no ano 70.
Há alguns sinais mais precisos,
no entanto, que sinalizam para o “temido” final do mundo. Três me parecem
fundamentais: o primeiro é quando todos os povos da terra tiverem ouvido a
pregação cristã. No momento atual, talvez restem uns poucos habitantes da
floresta amazônica, que estão neste grupo. O segundo é a (re)fundação do Estado
de Israel em 14 de maio de 1948.
O terceiro, e mais fundamental de
todos, seria o reconhecimento por parte dos filhos de Israel que Jesus é o
Messias esperado.
Precisamos entender também a
cosmovisão do Povo de Deus na época histórica de Jesus: a Terra seria como uma
grande bandeja sobre o mar. Este por sua vez seria o habitat dos monstros
infernais, o grande abismo. A Terra teria sobre si como uma abóboda de vidro,
aliás, em sete camadas (daí sétimo céu) donde os astros celestes estariam
dependurados (sol, estrelas, cometas, lua, etc...). Deus estaria como que
sentado no seu trono acima da mais alta das camadas celestiais. Haveria ainda
uma escada (a do sonho de Jacó) que ligaria a Terra aos céus.
Jesus reiterou algumas vezes sua
segunda vinda (parusia), desta vez definitiva e em sua plenitude de glória.
Aqui se fundem várias opiniões que tendem a juntar todos esses acontecimentos
num só momento, predito já pelos antigos profetas de Israel e assumido até os
dias de hoje por várias correntes do pensamento teológico. Seria o Dia do
Senhor, o Dia de Yahweh , onde e quando dar-se-ia o Juízo Final, o Julgamento
Final, e assim por diante.
Uma certeza, porém, é radical (de
raiz) para os que praticam os ensinamentos de Cristo (seguidores ou não de
alguma religião): o mundo tal como o percebemos hoje será transformado num novo
céu e numa nova terra (outra dimensão?), onde o relacionamento de Deus e os
seres humanos e todas as criaturas será pleno, pacífico, feliz, sem dor de
qualquer natureza, sem morte, sem choro, em pleno convívio com o Criador. Um
tempo de Amor manifesto e eterno.
Assuero Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário