Texto V
A mais misteriosa pessoa da Trindade
. Na imaginação humana e especialmente na dos artistas a pessoa
do Pai é representada pela figura de um ancião severo de longas barbas brancas;
esta imagem está no inconsciente coletivo de praticamente toda a humanidade. O
Pai que transmite poder, responsabilidade, temor, majestade, respeito, proteção
e assim por diante. O típico pai freudiano, judaico-cristão.
O Filho, esse é a pessoa mais representada da humana, tanto em
pinturas magníficas, em esculturas, em teatro, em cinema, em dança, em música,
em manifestações populares ou eruditas em todas as partes da Terra. É o irmão
mais velho. Ora representado em sua majestade, ora como mendigo, caminhante,
iluminado, transfigurado, sofrendo, agonizante, morto, criança, recém-nascido,
até como ancião (vide Apocalipse de João), misterioso, humano, divino,
poderoso, fraco, piegas, másculo, efeminado, forte, flutuante, descalço,
sangrando, ressuscitado.
E quanto ao Espírito Santo ? Apenas uma pomba branca. A única
representação que temos dele. Eu pergunto: como se pinta o vento, senão apenas
seus efeitos?
Foi sempre uma preocupação dos antigos profetas e sacerdotes a
proibição de jamais fazermos uma representação de Deus, nem mesmo pronunciar o
seu nome.
A pomba remonta de uma antiquíssima tradição mitológica dos povos
da mesopotâmia, na qual o universo foi gerado através da postura de um enorme
ovo sobre o mar primordial (caos), por um pássaro gigante estendendo sua asas
sobre esse mesmo mar.
O vento você não vê, mas sente.
Assuero Gomes
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