Respeito à memória
Hoje eu dei entrada na minha aposentadoria da secretaria de
saúde do estado. Enquanto esperava para ser atendido com os documentos, pensei,
solitário, nos idos de 1976, em meu pai, e o esforço que ele fez para conseguir
esse emprego para mim, ainda como estudante de medicina no segundo ano. Lembrei
dele já um pouco cansado, na época com 64 anos, e as intermináveis esperas que
ele e eu passamos, esperando por aqueles que podiam ajudar ou que tinham alguma
amizade política.
Depois foi outra luta, quatro anos mais tarde, para mudança
de contrato de ‘estudante’ para médico, esforço que consumiu mais dois anos de
luta e pedidos.
Hoje dei entrada na minha saída. Senti a presença dele bem
perto.
Durante esse tempo que trabalhei e trabalho nesse emprego,
procurei honrar esse esforço do meu pai. Houve tempo em que poderia ter deixado
e me dedicado à atividade privada. Procurei sempre não faltar e atender os
pacientes da melhor maneira possível apesar das condições adversas. Procurei
ser gentil e agradecido.
Pronto meu Pai, honrei sua memória, com gratidão. Quando nos
encontrarmos sempre se orgulhará de mim, é o que importa.
Assuero.
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