Texto VII
Os dons do Espírito
Desde os primórdios do cristianismo, relatados nas mais antigas
escrituras (Paulo aos Coríntios) cristãs, houve uma percepção por parte da
comunidade dos que creem, da ação do Espírito. No pentecostes narrado por Lucas
a ação é exuberante, diria até espetacular (dele refletiremos mais tarde), na narrativa
de João é muito discreta: Jesus sopra sobe a comunidade dos discípulos e
discípulas.
São percebidos e relatados vários dons do Espírito, enumerados
por Paulo, que na sua ‘organização’ mental fez uma lista, a saber: Sabedoria,
Ciência, Fé, Cura, Milagre, Profecia, Discernimento, Glossolalia (falar em
línguas). Paulo organiza pela ordem que ele considera mais importante,
colocando o dom das línguas em último, e em outra oportunidade ele vai dizer
que há o dom de traduzir esse tipo de manifestação para que a comunidade
entenda.
Vale salientar que o Espírito Santo sopra seus dons, sempre,
repito, sempre em benefício de toda a comunidade e nunca como um dom de poder
individual, para exaltar algum indivíduo ou instituição. E é sempre bom lembrar
que embora os dons sejam muitos o Espírito é um só e sempre unido
indissoluvelmente ao Pai e ao Filho donde ele emana.
No início do cristianismo, o Batismo vinha junto com o Crisma,
pois só os adultos os recebiam e era comum assim que a pessoa era batizada se
lhes impunha as mãos (crisma) para que recebesse o Espírito Santo, e geralmente
essa pessoa manifestava o dom das línguas (que em última análise é uma espécie
de louvor a Deus através da repetição monotônica de algumas sílabas). Eu tive a
oportunidade de presenciar essa manifestação.
Paulo se questionava para que servia se não se traduzia ?
Assuero Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário