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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sete Palavras, por João Pubben

S E T E   P A L A V R A S

Queridas irmãs e caros irmãos,    


Paz e Alegria!

Antigamente, os padres distribuíam santinhos. Há 50 anos, meu colega Pedro e eu, também, o fizemos. No santinho de Pedro está impresso “DEUS E’ AMOR” e no meu “RESSUSCITEI”.
E aí, o Pedro viajou, na boa companhia de Francisco Leentjens, de avião para a Etiópia, e eu, guiado por meu tio padre Pedro Hermans, rumei de navio para o Brasil. Conforme o lema da Congregação da Missão íamos “EVANGELIZAR OS POBRES, FAZER CONHECER A BOA NOVA DE JESUS AOS POBRES”.
Durante quase 48 anos, numerosas vidas cruzaram meu caminho e eu cruzei os caminhos de muitas pessoas sofredoras e felizes naquele querido país. Um sem número de crianças, mulheres e homens apresentaram possibilidades e chances para juntos concretizar, realizar, fazer acontecer um pouco de bem – todos estão hoje aqui!.
Todo ser humano encontra em sua vida pessoas que marcam profundamente a própria existência. Tive a felicidade de poder viver durante 31 anos na sombra de dom Helder Camara – com grande admiração pelo seu lema de bispo “EM TUAS MÃOS”. Uma outra graça foi conviver durante 38 anos com Priscila Bezerra, alma vicentina, cujo ideal de missão “ALEGRIA DE SERVIR”, anotado em um crachá e pendurado em nossa cozinha, eu via diariamente. Ambos repousam no Silêncio de Deus, desde 1999 e 2005. Há mais umas pessoas que foram e são de uma importância especial para meu caminhar, estas agora ainda pelejando no Brasil.
Todos juntos e de vários modos tentamos servir à vida e ajudar a concretizar o Reino de Deus, das mulheres e dos homens.
São Vicente cooperou igualmente mediante seu rico pensamento “O AMOR E’ INVENTIVO ATÉ O INFINITO”. Ele usou esta expressão em relação à Eucaristia, mas pessoas que estudaram bem e meditaram profundamente sobre ditos e feitos dele, concordam que se pode entender estas palavras da maneira mais ampla possível.
Eu me movimentei entre pobres e doutos, doentes e sãos, órfãos e viúvas, presos e marginalizados. Ao longo dos anos, vida e trabalho ensinaram que, se o lema da Congregação da Missão “EVANGELIZAR OS POBRES, FAZER CONHECER A BOA NOVA DE JESUS AOS POBRES” é válido, o inverso é igualmente verdade “SER EVANGELIZADO PELOS POBRES, RECEBER O EVANGELHO DOS POBRES, PERMITIR QUE OS POBRES LHE DEEM A BOA NOVA DE JESUS”.

Sou muito grato a familiares, amigos, colegas benfeitores/colaboradores na Holanda e a todos – bem muitos – no Brasil que têm direito à minha maior gratidão. Desejo o melhor para meus colegas de turma, o Pedro da Etiópia e o Pedro que já partiu para a Eternidade.
Há quase dois anos, voltei para a Holanda. E’ o fluxo da vida... Meus agradecimentos, também, a todos que – idosos e/ou enfermos – vivem em nossa casa e que aqui trabalham com tanta dedicação.
Que a bênção de Deus esteja com todos nós, a fim de que nós possamos nos tornar, cada vez mais e melhor, bênçãos uns para os outros!

Missiehuis Sint Jozef - Panningen (Holanda), 19 de março de 2015

joão pubben

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