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terça-feira, 8 de março de 2016

Para deixar o ar entrar



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Para deixar o ar entrar ...


Poderíamos colocar em letras as conquistas, os desafios e as tentativas nas quais os médicos e médicas pernambucanos se entrelaçaram neste ano de 2015. Poderíamos projetar as expectativas e os sonhos a serem realizados neste tempo novo que se aproxima.

Lermos os sinais postos, não nos astros, mas no nosso chão de hospital, de PSF, de consultório, de maternidade, de posto de saúde, no chão marcado por passos, por sorrisos e lágrimas, por sangue e secreções, e traçarmos os caminhos vindouros.

Poderíamos escutar os desejos dos colegas e auscultar os gemidos do povo que anseia dias melhores para a saúde neste grande nosocômio, misto de circo, penitenciária e asilo psiquiátrico chamado Brasil.

Poderíamos mostrar aos colegas como desaparelhamos seu Sindicato de todo e qualquer atrelamento político-partidário e de quantas batalhas travamos com sua força e sua voz, como uma voz que clama no deserto, mas que se fez ouvir em toda a nação.

Fomos e somos a reação à inépcia modorrenta que assola o país, com extremo e triste conformismo da maioria dos habitantes, que se contenta com um punhado de farinha, uma novela e uma ficha no fim da fila para possível atendimento cidadão daqui a três anos.

Poderíamos dizer a todos da insistência em denunciar os desmandos e o sucateamento da saúde pública, do estado de guerra civil das maternidades públicas e das aberrações de endemias medievais surgidas pela falta de saneamento básico e de dignidade civilizatória.

Poderíamos tudo isso e fizemos. Poderíamos fazer um poema branco para saudar o ano novo, escrito com todas as tintas de todas as cores. Confeccionar um jaleco com as cores da paixão e compor uma música sem sirenes que espantasse o sono de plantões infindáveis.

Mas hoje, só hoje, vamos apenas abrir as portas e as janelas................




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