imagem google
Adolfo, Eugenia e seus fetos.
No início foi Francis Galton, lorde inglês preocupado com o
aumento da população dos pobres da Inglaterra industrial e a natalidade
diminuída dos aristocratas, pelos idos de 1883, mas não sou da nobreza inglesa
nem da classe operária daquele tempo, não tenho nada com isso.
Depois veio Joseph Arthur de Gobineau, um falso conde
francês, que apareceu por nossas plagas para conversar com D. Pedro II sobre
nossa degeneração racial, mas faz muito tempo e é uma conversa de elites, como
não sou da elite, não tenho nada com isso.
Nos Estados Unidos chegou a era de Jim Crow, mas isso era lá com os negros e asiáticos daquele país e
não tenho nada a ver com isso, muito menos com o Dr. Charles Davenport.
Não tenho
ascendente armênio, nem conhecidos nem amigos, nem qualquer laço de parentesco.
O que o estado turco, Império Otomano, fez com eles no começo do século XX não
nos diz respeito.
Tiergartenstrasse 4, Berlin, esse era o endereço e fonte da sigla do
programa Aktio T4, que funcionou de outubro de 1939 a agosto de 1941, que
eliminou ou esterelizou pessoas com problemas mentais e deficientes físicos,
doenças incuráveis e até idade avançada, inicialmente com pessoas alemãs, numa
“piedosa” abreviação de vidas que não “mereciam ser vividas”. Médicos, repito,
médicos eliminaram 70.273 pessoas. Esse programa evoluiu para um dos piores
genocídios que a humanidade conheceu, mas os ‘cidadãos de bem’, os bons citados
por Luther King, não se envolveram, nem ouviram falar na época, nem nada
falaram.
Não importa se o Brasil foi o primeiro país da América Latina a criar
sua sociedade eugênica em 1918, sediada em São Paulo, que visava a purificação
da raça brasileira evitando-se a imigração de pessoas não brancas e o casamento
entre pessoas brancas e não brancas, para higienizar a raça...
O que parecia impossível no campo da ideologia política aconteceu no
casamento de Adolfo e Eugenia: presentes os milionários ultracapitalistas americanos John D. Rockefeller, Harriman, Carnegie e tantos
outros, ao capital uniram-se cientistas de Harvard, Yale, Princeton e Stanford, o
comandante Che com seus campos de reeducação forçada para jovens cabeludos
roqueiros, usuários de canabis ou homossexuais, os camaradas de Mao com seus
milhões de fetos abortados por política de estado ou escolha de gênero, e agora
os “companheiros” brasileiros trazendo os fetos anencéfalos, e depois trarão os
cardiopatas, os com brida amniótica, os inviáveis, os com Síndrome de Down, e
depois aqueles que as próprias mães não quiseram mais, gerados após uma noite
etílica. Trazem ainda centenas de embriões congelados sobrantes no limbo da
inseminação artificial.
Triste festa da
antihumanidade, celebração da morte.
Assuero Gomes
Médico e escritor
Nenhum comentário:
Postar um comentário