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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Amor em tempo de cólera





Amor em tempo de cólera
Definitivamente a barbárie tomou conta do nosso país. O mais novo episódio se deu com o assassinato brutal do médico Arthur Eugênio, quando saía do hospital após mais um dia de trabalho.
Quando atiraram nele, não atiraram apenas num médico altamente qualificado e profissional dedicado, pai de família e cidadão de um país sem cidadania. Quando atiraram nele, mataram a nação e sua parca condição de civilidade. Sangra a vida, que de tão aviltada, já não se dar o devido valor. Quando um médico que luta, apesar das ínfimas condições de trabalho, para salvar vidas e minorar sofrimentos, é assassinado dessa maneira, se tripudia sobre o futuro que não virá para milhares de brasileiros.
Estamos em tempo de cólera. Pessoas são arrastadas, linchadas, mutiladas, sequestradas, invadidas. Um país geme. O governo banaliza a vida de seus cidadãos, saúde pública, segurança, mobilidade, moradia, educação já se tornaram jargões na boca dos políticos, sem mais nenhum efeito. Vive-se a cólera em cada esquina, a ira e o desencanto.

Que a morte de Arthur não fique apenas na lembrança doída de seus familiares e amigos e de seus clientes, mas que inflame a indignação de um povo, e da revolta resulte ações concretas de justiça e de mais respeito à vida.

Assuero Gomes
Médico

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