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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Uma crônica para Helden-Panning,Holanda

Para Helden e Panning

Após usufruir de uma bela paisagem rural dos Países Baixos, eis que me vejo chegando a Helden na Holanda, vindo de Köln (Colônia). O que faz um reencontro tão especial e importante é o caminho que vai se encurtando para se ver o amigo que estava distante, mesmo que apenas geograficamente.
Especial é a espera. Pensava em encontrar uma cidade pequenina e cinza, fria como esse ar de inverno.
Surpreendeu-me. Como um cenário de contos de fadas.
Um conjunto de casas muito bem construídas cada uma diferente da outra, com um conjunto arquitetônico sem igual. Um povo tranquilo, sem sirenes nem ambulâncias nem polícia nem cadeias. Bucólica como um livro da infância.
Re-encontrei meu amigo e irmãos João Pubben. Ali inserido na sua própria paisagem como antes nunca havia visto. Acostumado estava eu a nos vermos nas celebrações helderianas da Igreja das Fronteiras e nas construções comunitárias com o povo de Dois Unidos, Passarinho e Alto da Esperança. Encontrei-o ali sentado no seu quarto, amplo por sinal, bem instalado na frugalidade permitida a um seguidor de Vicente e Luísa. Recebeu-nos com um gostoso bolo de chocolate e café.
Um encontro dentro do reencontro.
A curiosidade nossa fazia perguntas e perguntas sobre as mais diversas coisas: costumes do lugar, cores, palavras holandesas, pessoas, clima, comidas típicas, amizades, sua infância, em profusão, deixando o nosso amigo um tanto quanto desorientado de tantos questionamentos.
Saímos para conhecer Helden e Panning. Um frio cinzento e árvores desfolhadas contrastavam com o calor do reencontro. Bela paisagem daquelas cidadezinhas unidas agora geograficamente. Nosso amigo nem parecia se incomodar muito com o frio, pois vestia-se com um simples casaco por sobre uma roupa simples. A igreja, a casa de seus pais, as lembranças, a árvore plantada quando do nascimento da rainha Beatrix,
A igreja onde celebrou a primeira missa, onde foi batizado, onde gerações e gerações de seus ancestrais serviram no serviço litúrgico. Em Helden e Panning o tempo desconhece o tempo, pois tudo parece não ter pressa.
A pousada onde ficamos, uma típica casa holandesa do século passado, muito acolhedora. O frio e a claridade não tropical e o cansaço da viagem fizeram com que dormíssemos mais que o planejado, e atrasamos todo o  planejamento quase britânico do nosso anfitrião (prometemos que da próxima visita seremos mais pontuais).
Fomos almoçar num restaurante muito bom,numa espécie de clube campestre, tudo cuidadosamente providenciado por João.
A conversa entre perguntas e perguntas dos brasileiros ávidos por conhecer o lugar, recordou, como numa midrash, o caminho percorrido até aqui sem fazer muitas projeções para o futuro, mas conscientes que o bom combate continua.
Os cristãos nunca se despedem.
Recebi um livro sobre os lazaristas de lá. Ficamos de voltar em alguma primavera. Em alguma primavera voltaremos.
Um grande abraço, Pe. João, do tamanho da Holanda e do Brasil, e obrigado pela bela acolhida e pelas sua cidade.

Assuero Gomes

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