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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Vocação religiosa: para servir ou ser servida ?

Vocação religiosa: para servir ou ser servida ?




Lançando um olhar sobre o marco do tempo de 50 anos de vocação de Irmã Vanda, tento ver sobre e dentro do mistério vocacional, a que alguns seres humanos são chamados.
A vida consagrada e religiosa vem de há muito tempo dentre todas as religiões. Na baixa idade média se acentuou mais na cristã, embora relatos bíblicos revelam comunidades e pessoas tentando viver a partir deste modo.





A princípio parece ser como uma fuga da realidade do cotidiano de pessoas comuns com seus relacionamentos e dificuldades, pode parecer de outro ângulo, como uma separação especial de uma parte para se dedicar ao culto à divindade, ou mesmo para reflexão e isolamento pessoal, para se estar mais perto de Deus.
Pessoas ou grupos isolados socialmente aceitos geram uma espécie de casta, e se abrem mão de alguns direitos naturais (casar, procriar) ou sociais (ter patrimônio) por sua vez adquirem outros, tais como 'estabilidade' 'status''imunidades'.
Voltando à irmã Vanda, o modelo de vida consagrada que ela seguiu e segue até hoje é aquele idealizado por Vicente de Paulo, na França no século XVII, que é um avanço muito grande: não são freiras nem devem viver em conventos muito menos em clausuras. Não devem usar hábitos que a diferenciem das demais mulheres do povo. Devem renovar suas intenções a cada ano. São pessoas civis, com plenos direitos republicanos, com uma profissão, que resolvem, de livre vontade, colocar seus bens e ganhos em comum, e viver no meio da população, especialmente os mais carentes. Vicente, como todo bom profeta, pressentiu e organizou seus seguidores (se algumas assim não o fazem isso é problema delas) para enfrentar o sustento vida dos outros, pois logo cedo percebeu que a razão de ser do cristianismo é mudar a vida de quem está sofrendo e assim mudar também a própria vida, transformando tudo em todos e na face do Cristo.




Vicente foi também percussor dos ideais da Revolução Francesa.
Uma vida consagrada é uma vida de serviço, na essência.
Creio que Jesus não precisa mais de templos suntuosos nem de orações intermináveis nem de tanto incenso. Ele precisa de comida, de água potável, de agasalho, de medicamento, de documentos, de trabalho digno, de moradia decente, de escola. Isso, com certeza, vocações como a de irmã Vanda vem providenciando.

Assuero Gomes

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