imagem Google (Juventude Mariana Vicentina)
Juventude, Fraternidade e Fé
O desafio maior da Igreja nos tempos atuais e vindouros
próximos é mostrar a novidade do movimento de Jesus à juventude. Inicialmente a
religião cristã seduziu, no sentido bíblico, os escravos, os pequenos artesãos,
os periféricos do império romano, e dentre eles principalmente os jovens pobres,
porque a semente e a bandeira da mudança estão e estarão sempre no coração e
nas mãos dos jovens.
A pregação cristã primordial anunciava o advento iminente do
Reino, onde as estruturas conservadoras e hierárquicas, tais como eram postas
na época, seriam implodidas e assim os pobres teriam vez, aos perseguidos seria
feita justiça, os famintos saciados, os ricos despedidos de mãos vazias, os
poderosos destronados, os imigrantes acolhidos, os doentes curados e assim por
diante. Isso é a própria pregação para uma juventude com gana de mudar o mundo.
Ia mais além, dizia que quem não abandonasse pai e mãe por causa do Reino não
seria digno de entrar nele, deixassem que os mortos enterrassem seus mortos,
não olhassem para trás, etc... O início da pregação cristã era muito subversivo
e arrebatou multidões, até o momento em que houve uma conversão forçada, a
partir de Constantino no séc. IV, de todo império ao cristianismo. O que era
novo tornou-se velho, o que era subversivo agora subvertia, o que era perigoso
agora era a própria estabilidade.
A juventude da Europa, do Oriente, dos Estados Unidos, do
Brasil e da América Latina em geral, se encontra mergulhada numa dolorosa,
duradoura e profunda crise. Em proporções desiguais, mas toda ela está lutando
contra o desemprego, a desestruturação familiar, problema com drogas e
violência, falta de perspectiva, falta de liberdade, falta de identidade.
No Brasil a imensa maioria de criminosos é de jovens, de
mortes violentas é de jovens, desempregados idem, drogados, prostituídos,
marginalizados. Uma crise sem precedentes onde a religião deixou de ter
importância na vida deles, pois não responde aos seus anseios nem tampouco à
sua situação concreta de vida.
A sociedade consumista e imediatista, e vejamos bem, não foi
criada pelos jovens e sim oferecida a eles, excludente e com uma presença
fraca, quando há, de um Estado que muitas vezes ocupa a mídia com escândalos e
mais escândalos.
O que esperar de um caldo social desse, altamente explosivo?
Qual a mensagem que podemos transmitir e levar aos jovens sobre a grande
novidade (evangelho) do Ressuscitado? Sermões, passeatas, festas, proibições,
interdições?
Precisamos reinventar a pedagogia cristã, ter mais fé na
renovação que o Espírito Santo trás, não podemos jamais deixar a novidade do
Evangelho envelhecer.
Eis um desafio e tanto!
Assuero Gomes
Médico e escritor
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