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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sistema de saúde brasileiro


Sistema de saúde brasileiro


Sistema de saúde brasileiro

Sistema de saúde brasileiro                                                imagem do google

 

Que o universo flui, é um fato aceito sem controvérsias e do conhecimento desde a antiguidade. Flui em todo seu sistema, desde a microesfera até o infinito cósmico, na vida de uma abelha, nas ondas do mar, na incerteza subatômica da matéria. Tudo flui e nada é estagnado.

Sabemos também que todos os sistemas são erguidos através da organização (cosmo) de infinitas desordens (caos). Nenhum sistema é totalmente estável, nem mesmo o diamante em sua eternidade. Sabemos também que os sistemas estão vivos através do alinhamento de forças que o apoiam (biofílicas) e do conflito de forças opostas (necrofílicas) e se mantêm quando essas forças alinhadas superam as opositoras. Assim é o universo, assim é a vida: um paradoxal equilíbrio precário.

Há um ponto em toda essa dinâmica que é tido como ponto crucial onde não há retorno. Seria um ponto em que a situação de equilíbrio estaria irremediavelmente perdida, seria o ponto do caos. O sistema, passando daquele ponto, irremediavelmente não teria capacidade de se recompor, retornaria ao caos de onde saiu. Isso é verdade para o planeta, para as galáxias, para a saúde das pessoas, para os relacionamentos humanos, para as empresas.

Especificamente trazendo essas assertivas para o modelo de saúde adotado pelo Brasil, vemos que o Sistema Único de Saúde implantado no início da década de 80, nasceu com as melhores das intenções e como um projeto de vanguarda compatível com as aspirações do povo brasileiro, respaldado na constituição e com o vento benfazejo da democracia. Excelente.

Como qualquer criança tinha tudo para crescer e desenvolver suas capacidades e tronar-se um adulto completo, realizado e feliz. Tinha, mas não teve. Como a maioria dos projetos do país, são projetos. O SUS não recebeu a devida atenção e não recebe até hoje, atenção em forma de financiamento, de cuidado, de empenho e de educação. Cansado de dizer e saber, que o Brasil não investe quase nada em saúde, e fica nos últimos lugares das nações com um pouco mais de poder econômico. Estamos falando de um país que é a sexta economia mundial.

Na deficiência do SUS surge e cresce a rede suplementar de assistência à saúde, medicina privada, e no seu bojo os ‘planos’ de saúde. O sistema foi pensado também nos moldes da década de 80 onde os médicos eram profissionais autônomos com seus consultórios particulares, a medicina era bem menos sofisticada e cara, e o universo de brasileiros que tinha acesso a essa medicina era bem menor.

Há alguns anos o sistema (SUS e medicina suplementar) vinha dando sinais de falência, de exaustão, de que se aproximava do ponto do caos. Não foi falta de aviso dado pelos médicos  que sofrem na pele as consequências e pela população que sofre na carne e nos ossos.

Consultórios fechados, ‘Planos’ de saúde fechando e deixando a população sem assistência e os donos ricos, noticiário sensacionalista quase diariamente sobre atendimento da população na rede pública, e sempre o médico que está lá dando a sua vida na linha de frente, carregando a cruz nas costas de um sistema falido, levando toda a culpa, e o povo sangrando.

Talvez a crise se aprofunde ainda mais um pouco apesar da maquilagem midiática que se usa, e do caos total surja algum modelo novo que reestruture o sistema.

Brasileiro, profissão esperança, como diz o texto.

Assuero Gomes

assuerogomes@terra.com.br  Médico e escritor.

 

 

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