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domingo, 13 de novembro de 2011

Liberdade para os médicos e médicas do nosso país

                               








                                       Liberdade para os médicos e médicas do nosso país

Pelo tamanho da reação: “a Secretaria de Direito Econômico (SDE), vinculada ao Ministério da Justiça, em vista do movimento médico deflagrado em 7 de abril de 2011, encaminhou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) nota técnica recomendando a condenação do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e da Federação Nacional dos Médicos, bem como a adoção de Medidas Preventivas”, a força da classe se manifesta.
É um momento ímpar na história da luta por relações mais justas de trabalho com as operadoras de planos de saúde. É um momento de tal importância que não devemos deixá-lo passar sem uma reflexão profunda e rápida, antes que a conjuntura se desfaça, distorcida por forças obscuras que querem manter o nível de intermediação/exploração do trabalho médico.
Só é explorado quem quer. Quem precisa de plano de saúde não é o médico, mas o dono, que fica cada vez mais rico. Quem precisa do médico é o paciente e também o dono do plano de saúde.
É hora, e mais que nunca, de pedirmos o descredenciamento. Atendermos ou por nossas cooperativas ou diretamente com o paciente, que deverá utilizar seu plano de saúde para o ressarcimento do valor da consulta e também para realização de exames complementares, internamentos hospitalares, custos de procedimentos, etc... Mas para o trabalho médico, não.
É hora de darmos um basta. Não somos obrigados a sermos explorados, se o somos é porque permitimos.
A crueldade da exploração do homem pelo homem ou por instituições que vivem do trabalho alheio, é que ela introjeta o modelo do explorador na alma do explorado, tornando-o um verdadeiro escravo de sua própria condição, então o trabalho ao invés de se tornar um processo de libertação da humanidade passa a ser a própria perpetuação da sua condição de escravo. Um explorado reproduz o modelo do seu explorador em outro ser humano mais fraco e este por sua vez no próximo, numa cadeia cruel e perpétua.
Um médico ou uma médica que não pode se dispensar de “ganhar” R$ 20,00 ou R$ 30,00 por uma consulta de convênio, ou tem medo de perder, tem que repensar se realmente é um médico ou uma médica.
O trabalho humano muda o mundo, embora mantenha a natureza (no seu conceito filosófico, pois a mutabilidade é inerente à própria natureza) que é imutável, mas o trabalho também modifica o trabalhador que o executa, no íntimo do seu ser. São modificações permanentes, que em cadeia, interagem entre todas as manifestações de vida, pois tudo é interligado entre si. Só podemos amparar a vida se nosso trabalho nos proporciona vida.

Assuero Gomes

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