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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

58 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 58


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Pe. João Pubben,Fernando Lindoso, Carminha, Mírcia, eu e Edelomar, por ocasião do primeiro aniversário do Dom da Partilha, celebração na Igreja das Fronteiras.


58 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 58




Com a chegada do novo arcebispo a vida da Igreja de Olinda e Recife foi se normalizando aos poucos. Muitos padres que haviam sido expulsos voltaram, algumas ordens ou congregações também.
A vida nas paróquias retomaram seu rumo. Muitos padres que tinham sido formados no tempo de D. José Cardoso apresentavam uma atividade pastoral, se assim podemos chamar, desencarnada da realidade da vida cotidiana do povo sofrido e valorizavam sobremaneira a aparência clerical, com uso cotidiano de vestes e adornos que lembravam a Igreja pré-conciliar, mas tudo isso caminha para um consenso.
Na Paraíba D. Marcelo Carvalheira substituiu a D. Zumbi (José Maria Pires). Lá estava um grande número de padres e formadores que tinha ido na diáspora de Olinda e Recife. Era uma Igreja fecunda, mas não sabia ela que beberia um cálice de fel com grande sofrimentos nos tempos vindouros.
O que mais me estranhou aqui foi que, com a chegada de D. Fernando Saburido se abria oportunidade para retomarmos os movimentos e as ações em favor dos pobres, participar de uma prática mais engajada, manter mais estreita ainda a comunhão com a Igreja institucional podendo gozar de uma liberdade que há mais de vinte anos não tínhamos; mas não vi nada disso, apenas apatia. Parecia com esses compositores e artistas que na época da ditadura produziram obras memoráveis e depois com a liberdade nada mais de bom fizeram, apenas uma pálida lembrança do passado.
Um problema maior surgia: os partidos de esquerda, especialmente o PT e o PCB, que foram a grande esperança de mudança nesse país, mostravam sua face mais sórdida: a corrupção desenfreada. E o partidarismo político dos cegos que não quiseram enxergar, como idólatras, contaminou as relações pessoais mesmo dentro das comunidades eclesiais. Conseguiram fazer o que a ditadura jamais conseguira, matar a esperança.



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