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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PAZ


 
                                           detalhe do mural Tributo a Gaudí do Simepe
 
 
 

PAZ

 

Há a paz dos dormitórios, dos crematórios e dos cemitérios. Há a paz dos obedientes, calados, dominados. A paz dos indolentes. A paz dos mosteiros do Tibet e de Olinda. A paz das salas de aulas nas férias, dos parques de diversão após as catástrofes, a paz de Hiroshima e Nagasaki após.

Há a paz entre uma guerra e outra.

A paz intransponível dentro de uma fortaleza ou de um castelo com fosso profundo e ponte levadiça suspensa. Há a paz dos desertos claudicantes e a paz dos descerebrados.

Qual a paz que queremos?

A paz da milícia, da população trancada. A paz do coração indiferente e da conta de banco confortável. A paz do ‘shopping’ e do ‘alphaville’, da consciência inconsequente e do isolamento perpétuo. A paz dos conformados.

Jesus vai nos transmitir sua Paz: - A Paz esteja convosco!

A paz da solidão profunda ou do anonimato, será paz? A paz do relativismo e do sono de tranquilizantes. A paz contemplativa da abstração eterna...

Qual a Paz de Jesus?

A Paz de Jesus é a plenitude das necessidades contempladas.

Saúde, fartura, água transbordante, alimentos em abundância, amenidade climática, fraternidade, compaixão, segurança, cultura, moradia digna, vestuário decente, mobilidade, cidadania plena, alegria, ternura, acolhimento, liberdade.

Essa paz, a de Jesus, só a conseguiremos através da fraternidade, da justiça e da comunhão.

É a Paz que de uma leva de escravos se constrói um povo e se erige uma nação. A Paz da partilha.

Nada adianta desejar a Paz de Cristo ao irmão que está com fome se não lhe saciarmos. Paz para quem está preso injustamente não se leva apenas com palavras bonitas, mas com a palavra da justiça, que liberta.

Paz para você e para mim, com os pés no chão, o olhar para o irmão e a prece para o céu.

Paz, a Paz de Cristo para todos.

 

Assuero Gomes

Médico e escritor


 

 

  

 

 

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