Texto XII
O dom de realizar Milagre
Esse dom é também muito ambicionado por pessoas e entidades
inescrupulosas. Milagre não seria alterar o curso natural de algum fato e
reverter de forma espetacular, inesperada, improvável, o desfecho do
acontecimento em prol de uma pessoa ou grupo. Milagre não tem nada a ver com
magia. Nem o Pai, nem o Filho nem o espírito Santo gostam de magia, pois magia
é a própria contradição da ação de Deus na natureza.
Quando as sagradas escrituras falam em milagres é muito mais um
acontecimento não comum que sinaliza uma outra realidade querida por Deus. Por
exemplo: diante de uma multidão de famintos alguém pudesse, a partir de um
pedaço de pão, fazer com que milagrosamente esse pão se transformasse em
sanduíches saborosos e desse para encher a barriga de todo mundo. Isso seria
magia, show, ação sobrenatural que tornaria o ator da ação um ídolo. O milagre
verdadeiro seria essa mesma pessoa diante da multidão de famintos arregimentar
amigos e conhecidos e conseguir que cada um colaborasse de maneira espontânea
para que se adquirisse alimento para aqueles famintos, e mais ainda, se
organizasse de tal maneira que se conseguisse trabalho para que não precisasse
mais passar fome. Isso é milagre. A força do Espírito age sempre em direção da
justiça, do soerguimento, da paz plena.
É um milagre se organizar comunidades onde a partilha fraterna
acabe para sempre a fome, a ignorância, a violência, a doença, o desemprego, o
desabrigo. Quando Jesus realiza um milagre é um sinal para o tipo de sociedade
(Reino) que Ele quer implantada na humanidade para todos e todas, uma ‘amostra’
de que a Vida plena é possível.
Assuero Gomes
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