As origens do pai do Brasil, Macunaíma.
Macunaíma após fundar uma quadrilha e um sindicato, e após cozinhar o caldo da nação numa feijoada antropofágica, começou a despertar a atenção do dono da siderúrgica, do delegado, dos padres, de alguns intelectuais, de artistas, de traficantes, e trabalhadores, prostitutas, de desempregados, de jornalistas. É preciso entender o tempo em que isso se passava, mas antes, é preciso entender de onde veio Macunaíma, de onde se gerou esse que é o protótipo dos brasileiros e das brasileiras.
Macunaíma nasceu na margem do rio Uraricoera, na floresta amazônica (seria filho de um boto ou de algum garimpeiro clandestino?). Desde pequenino só pensava em sexo e em não fazer nada além disso. A cunhada, mulher de seu irmão Jiguê, o iniciou nas artes amorosas e até se diz que numa delas se transformou num lindo príncipe.
Sua mãe vendo a safadeza sem limites o abandonou à própria sorte no meio da floresta. Foi lá na floresta que ele encontra o Curupira, esse espírito ruim que lhe quis enganar e só não o fez por pura preguiça do nosso herói.
Encontrou uma cotia mágica a qual contou como enganara o Curupira e esta por sua vez, com raiva, lhe joga uma porção envenenada de caldo de mandioca ou macaxeira, que lhe faz o corpo crescer, menos a cabeça e o cérebro pois desviou do veneno.
Macunaíma engravidou várias mulheres e nem sabe ao certo quantos filhos tem nem quantos abortaram. O mais dramático de todos é o caso que teve com Ci , a Mãe do Mato, uma espécie de deusa tupiniquim que engravidou dele, mas perdeu o filho de maneira espontânea. Após a perda do filho, Ci transforma-se em uma estrela e vai para o céu. Talvez seja essa uma das fixações de Macunaíma por estrela e vermelha (sangue da morte?), discutem os psicanalistas e os pajés após fumarem suas ervas.
Antes de ir definitivamente brilhar no céu, Ci deu a Macunaíma o famoso amuleto, muiraquitã, em forma fálica de sapo.
Com a cabeça pequena, mesmo antes de se tornar louro, e um corpo grande, pançudo, Macunaíma vai se tornar a estrela da pátria, o herói sem caráter.
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