Macunaíma vai a um terreiro de umbanda em Feira de Santana, Bahia.
Saindo da piscina de gasolina e fedendo a fezes e champanhe, louro com cabelos crespos, passou a usar um xampu de água oxigenada.
O poder subia-lhe literalmente à cabeça.
Foi aconselhado a procurar um Pai de Santo para tomar um banho de descarrego porque o olho-grande estava muito em cima dele e ele precisava também convencer mais gente a creditar na sua prosopopeia (ou seria Ilíada ou Minha Luta).
A Bahia, de todos os santos e embora eu mesmo não acredite nesses esteriótipos, a terra da languidez e da preguiça, de todos os terreiros e de todas as mandingas, terra de Ossaim.
A tenda não ficava em Salvador embora a matriz fosse lá, mas havia uma franchising em Feira de Santana. O babalorixá e a ialorixá vieram pessoalmente de Miami para lá para receber Macunaíma.
Foi muita muganga e batuque, a Jurema tocou a noite toda. Macunaíma estranhou o alto preço da consulta cobrado em dólares, mal sabia ele o preço do trabalho e do despacho Macunaíma bebeu, fumou, dançou, falou fino, falou grosso, ficou rouco, desmunhecou, rodou a baiana e tudo que tinha direito.
Foi orientado pelo casal dono do Peji a vestir uma armadura Armani, a calçar sapatos da marca Louis Vuitton men shoe – US$ 10.000 e gravata Stuart Hughes Suit – US$ 888.313, fazer conchavos e negociatas com toda espécie de caciques de Pindorama, mesmo aqueles que o Partido de Macunaíma combatera desde o início. Baixou ainda dois santos para que nosso líder se comunicasse melhor com a classe média e flertasse com a elite.
Depois desse encontro Macunaíma nunca mais desgrudou-se desse casal e seguiu à risca seus conselhos.
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