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sexta-feira, 30 de junho de 2017

6 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife


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6      Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife






O que me parecia até meados da década de 80 era uma Igreja unida, com diversas matizes em cada paróquia e em vários movimentos, cada qual com seu carisma específico, vivendo de maneira harmoniosa.
Percebi alguns grupos minoritários que se rebelavam contra o pastoreio de D. Helder, especialmente os ligados ao Círculo Católico. Como eu estava ainda incipiente nas entranhas da Igreja não vi maiores problemas com tudo isso.
No mundo da política brasileira havíamos saído de uma ditadura militar e após o gigantesco movimento pelas Diretas passamos ao desastroso governo de Sarney seguido dos mais desastrosos planos econômicos do país. O PT é fundado e com ele a esperança do 'novo' ser possível, com as bênçãos da Igreja. O grupo do PSDB também representava uma guinada para a esquerda tendo como base mais os intelectuais que sofreram o exílio. 
A esperança estava de volta. 
Eu ouvia falar de nomes como Gustavo Gutiérrez, Juan Luís Segundo, Leonardo Boff, José Comblin, Rubem Alves, Leônidas Proaño, Frei Betto, Jon Sobrino, Karl Ranner, Pedro Casaldáliga, Oscar Romero, D. Paulo Evaristo Arns, Carlos Mesters, João Batista Libânio, Clodovis Boff, Dussel, Ivone Gebara, Milton Schwants, D. Antonio Fragoso, Paulo Suess,e o nosso, pertinho da gente, Helder Camara, estrelas da Teologia da Libertação. Mal sabia eu, que muitos desses nomes participariam direta ou indiretamente da vida da Igreja de Olinda e Recife e da minha vida.
Nessa década, mais precisamente em 1985, D. Helder por motivo de idade preconizada pelo Vaticano para apresentar sua renúncia ( 1984), foi substituído.
Por mais dois anos a tempestade foi se formando como nuvens negras sobre o Senhor da Noite, e este as atraindo sobre Olinda e Recife. Um tempo de ceifa e colheitas tardias se iniciou.




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