
COMO CELEBRAR O
NATAL EM OLINDA E RECIFE?
Jornal Igreja Nova - Editorial de DEZEMBRO
1994
Poderíamos sentar antes da ceia, e
com a família abrir um velho álbum; nele visitar os quiosques, as retretas, os
pastoris, a Missa Oficial com as autoridades militares, civis e
eclesiais.
Poderíamos pousar para mais uma
foto deste álbum, com os parentes de roupa nova, compradas na última liquidação
de algum shopping.
Poderíamos ainda, visitar presépios
ou mesmo assistir a alguma peça sacra ou procurar um Papai Noel gorducho,
pendurado na árvore de natal.
Há quem colecione cartões ou
telefonemas, quem chore de emoção nesta data, quem saia da dieta para
recomeçá-la após o Ano-Novo, quem faça três pedidos três vezes admiráveis, que
veja a Santa chorar.
Como celebrar o Natal em Olinda e
Recife?
Poderíamos ir ao templo,
poderíamos ir à Igreja, mas que Igreja?
Poderíamos fazer tudo isso; mas
preferimos abrir as janelas. É de lá, do lado de fora, que a estrela vai
brilhar; é lá, no lado de fora, que o presépio vivo está armado; é lá que o
pastoril do desespero e da esperança está sendo dançado; é lá que o novo está
acontecendo e a Igreja se renovando.
É lá, do lado de fora, que Ele
insiste em nascer! Insiste em incomodar, em questionar.
É lá, que nos interpela a
procurá-lo entre os sinais de morte: fome, miséria, violência, prostituição,
luxo, luxúria. É lá que nos desafia a encontrá-lo entre os meninos de rua, ao
relento da noite de natal.
Celebrar o Natal em Olinda e Recife
é um desafio do menino Deus que exige de nós uma resposta de fé, esperança e
amor, para que tenha sentido a renovação da vida encarnada, na realidade
histórica dos homens e das mulheres.
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