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sexta-feira, 7 de julho de 2017

12 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 12


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12 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife  12




Em finais da década de 80, se não me engano em 1988 chega finalmente para assumir a paróquia de N. Sa. da Boa Viagem, o padre Luiz Antônio. Trazido por D. José Cardoso, vindo de São Paulo, ligado a D. Paulo Evaristo Arns que o ordenou.
A primeira lembrança que tenho de Luiz é logo na sua primeira semana promoveu um curso ou uma série de reflexões sobre temas ligados à Igreja, nas segundas-feiras no salão paroquial da igreja da Pracinha. Lembro que alguém lhe oferecera um livro que tratava das 'aparições' de N. Senhora aqui em Pesqueira, em Cimbres e alguém da plateia lhe perguntou o que achara do livro. Ele fez uma crítica sincera e que não acreditava nessa linha de teologia. A autora do livro estava presente e ele sem saber, ganhou uma eterna inimiga.
As palestras foram um sucesso. Lotou o salão, todas as vezes. 
Reuniu então o conselho paroquial, do qual eu fazia parte e logo mostrou uma postura de liderança sem igual, pedindo para todos que continuassem seu trabalho e que ele estava ali para caminhar junto. Eu perguntei qual era a diretriz daquela hora em diante e ele até riu, 'não há diretriz nenhuma' caminhar com a comunidade, sem chefes nem subordinados.
Na arquidiocese a noite caía pesada. Depois da destituição da Pastoral da Terra, veio a da Comissão de Justiça e Paz e depois da Comissão da Juventude do Meio Popular. O Senhor da Noite se incomodava com a presença silenciosa do Dom, na sua casinha da sacristia da Igreja das Fronteiras. Era algo terrivelmente maniqueísta, bem delimitado e bem contrastado.
O grupo do conselho paroquial de Boa Viagem crescia em número, disposição, oração e trabalho. A amizade era presente, lembrando um pouco aquela comunidade inicial dos Atos dos Apóstolos. Na classe média burguesa estava brotando uma nova espécie de Comunidade Eclesial de Base.
No Morro da Conceição existia uma comunidade de fé muito forte, com uma participação de leigos intensa e liderada pelo padre Reginaldo Veloso, com uma mística mariana e voltada à integração com outras confissões religiosas.
Na rua do Lima, na Igreja de N. Sa. da Piedade, o monsenhor Guedes era o oposto, não aceitava as inovações do Concílio Vaticano II, celebrava em latim e voltado para o sacrário de costas para a assembleia e com o altar colado na parede do sacrário.
Havia diversas maneiras de se viver sua fé dentro da fé cristã de confissão católica. O conflito pequeno sempre existiu, mas eram pequenos fuxicos de sacristia, e são necessários pois evitam a inércia.
Em Boa Viagem eu me envolvia cada vez mais na vida da paróquia, especialmente na equipe de liturgia. As pregações do Pe. Luiz Antônio e a prática social imprimida pelo seu pastoreio começou a incomodar os ricos e poderosos da paróquia.




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