Visitantes

quarta-feira, 26 de julho de 2017

29 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 29



29

Resultado de imagem para helder camara

29 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 29



O grupo Igreja Nova cresceu bastante. Havia pessoas que se engajavam e assumiam o jornal, outras participavam das jornadas, a maioria não colocava o próprio nome mas contribuía de uma forma ou de outra. 
Pensei sempre em um grupo de fé e militância, aberto, totalmente livre, que se reunisse num espaço no centro da cidade (como já escrevi), sonhava ser na Igreja das Fronteiras. Um grupo sem mandante nem mandados nem mandatos (basicamente anárquico no sentido sociológico da palavra). Foi um grupo de classe média de casais burgueses, a maior parte morando em Boa Viagem, com algumas exceções (eu morava na zona norte). Foi uma experiência única, até onde conheço e corroborado por alguns estudiosos. A maioria com curso superior e que não dispensava a empregada doméstica, alguns com mais de uma e dois automóveis em casa. O grupo incorporou um discurso socialista iluminado pela teologia da Libertação. Nunca em momento algum se pensou em romper com a Igreja institucional. Pessoas boas, dignas e honestas.
Algumas lideranças e pessoas mais engajadas que outras em determinados serviços. Nunca consegui que se fizesse um trabalho pelo social em nome do grupo, embora houvesse pessoas engajadas em alguns serviços de paróquias ou movimentos cristãos. Era um grupo de leigos católicos, porém alguns raros aceitando e comungando com a doutrina espírita.
A força motriz principal do grupo foi a resistência às atitudes do arcebispo, e as denúncias alimentavam a dinâmica bem como as novidades obscuras das paróquias e congregações, os escândalos que apareciam na mídia, os bastidores das sacristias. Procurei que o grupo tivesse uma mística própria e ensaiei até alguns passos de uma liturgia própria.
Uma coisa me preocupava: quando D. José Cardoso passasse e a Arquidiocese voltasse à sua caminhada natural sem esse grau de conflito, fatalmente o grupo se dispersaria. Precisava pensar o próximo passo. Quando tive a ideia (que eu sempre achei e acho que foi inspiração todas essas intuições) de aproximar-nos de D. Helder e bebermos da sua fonte e nos embebedar de sua mística. Foi nessa época que tive a ideia de fazer uma jornada teológica e nos aproximar do Dom.


Nenhum comentário:

Postar um comentário