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domingo, 23 de julho de 2017

27 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 27


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27 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 27




Ainda sobre o Projeto Salvação e suas crianças, no início atendíamos umas vinte e cinco; saíam e entravam, eu dizia a Pe. Arnaldo 'não adianta, não conseguiremos tirar quase nenhum das drogas' ao que ele me respondia 'se conseguirmos tirar apenas um dessa vida já teremos conseguido sucesso'. Com o passar do tempo eles deixaram de perturbar na porta da Igreja e foram melhorando suas condições, porém os traficantes maiores começaram a nos ameaçar e jogar pedras no salão paroquial, baixaram o preço da cola e recomeçaram a viciar os meninos e as meninas, pois os utilizavam para vender maconha e outras, e como eram menores não eram presos.
Tentamos denunciar esses maiores que traficavam e depois percebemos que a própria polícia estava envolvida numa escala maior.
A maioria desses meninos foi morta, acabou presa, hoje em dia  vi um que pede esmola numa esquina, totalmente carcomido, tremendo e terrivelmente envelhecido. O que dizia 'sei que Jesus ama esse negrinho' acabou morto quando assaltava. Lembro um desses que eu atendia que aos dez anos, o irmão que era chefe do bando e morreu com um tiro, então o resto do grupo deu a arma a ele e o 'nomeou' como chefe. São histórias tristes e reais que devem mostrar como é difícil a prática cristã engajada na realidade.
O grupo do Igreja Nova reunindo-se a cada semana com uma palestra e grupo de discussão tomava corpo. Minha ideia era que nos reuníssemos num local fixo mais no centro da cidade para contemplar o pessoal da zona norte e oeste. Meu sonho era que fosse na igreja das Fronteiras, mas fui voto vencido, pois a maioria morava em Boa Viagem e apenas eu e alguns poucos na zona norte; mesmo assim ainda pensei em fazer uma espécie de segundo grupo na zona norte, não prosperou (até que o destino facilitou agora há pouco). O fato de ser em Boa Viagem trouxe para mim um sério problema de logística, pois eu saía do trabalho, pegava o palestrante (por exemplo Pe. Reginaldo) no Morro da Conceição, levava em Boa Viagem após o terminal, trazia de volta no Morro, já tarde da noite. Muitas vezes chegava lá e estavam umas cinco pessoas, mas nunca esmoreci.
Foi quando me surgiu a ideia de fazer as jornadas teológicas, uma vez por ano, com apresentação cultural antes e depois a palestra com uma pessoa de nome nacional ou internacional ligada à teologia e à Igreja. Tudo seria gratuito.
Lembro quando apresentei a ideia, como sempre colocaram as dificuldades, disseram que o Igreja Nova não tinha 'cacife' para realizar um evento desse porte, que pedisse ao Cursilho, que não haveria dinheiro, nem lugar, etc... eu disse 'tudo vai aparecer e vai dar certo, é só ter fé. Pode usar meu cartão de crédito, o dinheiro vai aparecer e as pessoas também'.



 

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